3 de dezembro de 2009

À noite

O escuro caminho
da rua pesava
sob a noite,
que tangia na esquina.
como o corpo, que descalço
e faminto,se disfarça
na paisagem de gentes.
O aplauso veio,
mas não pelo espetáculo.
mas como ironia,
da cagada de tropeçar
no meio-fio.
bêbados riem de si, fora de si.
Boys picham a parede
recém pintada, da fachada
onde se vê,
um tijolo à mostra que serviu
de olhos.
mulheres falam, e nós....
ouvimos.
lâmpadas queimadas
já não iluminam mais,
e eu,
sequestrado pela primavera
de ontem à tarde,
pensei que nada disso
fazia mais sentido.
mas faz.
A noite vai,
e ninguém mais acredita
que nos paralelepípedos
molhados,
alguém comprou,
alguém vendeu,
alguém se vendeu.
e quem passou,
nem percebeu.
Amanheceu...
Bom dia.

Um comentário:

  1. Ooooorra....
    Me deu uma vontade de pintar a cena...
    Parabéns pelo texto!
    Bela descrição!

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